Formação de professores no Ensino Remoto: tempos para/de aprendizagens

DOCUMENTAÇÃO

Tema: Mal-estar contemporâneo e impasses na educação

Temas Correlatos: Formação e trabalho de profissionais da infância;

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AUTORIA

Simone Bicca Charczuk

ABSTRACT
A transposição do ensino presencial para o modo remoto ocorreu em 2020, devido à pandemia de COVID 19, e persiste em muitas Universidades. Esse movimento está permeado por impasses, críticas e incertezas quanto à possibilidade do ensinar remotamente e de aprendizagens que envolvam o encontro efetivo entre professor-aluno-conhecimento. Consideramos compromisso ético dar visibilidade à diversidade socioeconômica que impossibilita o acesso de muitos alunos e professores aos recursos necessários para implementar essa forma de educar. Além disso, torna-se importante avançarmos nas discussões de outros modos para operar a práxis educativa que se afastem da identificação do ensino remoto exclusivamente a um modelo transmissivo e não interativo. Contribuindo com esse debate, neste trabalho ocupamo-nos de uma experiência realizada em disciplina de psicologia da educação, em um curso de pedagogia de uma Universidade Federal, que pretende se contrapor à interpretação do ensino remoto como tipicamente tecnicista e impossibilitador de encontros. Ela foi estruturada inspirada no artigo de D’Agord (2010), “Aprendizagem e método psicanalítico”. O conteúdo programático, dividido em 5 trilhas, contou com 3 tempos (3 semanas) para cada uma delas. No primeiro, denominado instante de ver, foram disponibilizados textos e materiais diversos. No tempo para compreender, era realizado uma webconferência para encontro síncrono e discussão do material e, no momento de concluir, era proposta uma atividade. Ao realizarmos avaliações ao longo da disciplina, os alunos apontaram que “o [ensino remoto emergencial] também possibilita a troca né, não é o mesmo da sala de aula, mas a gente tá aqui comentando…”, “eu pessoalmente até me sinto mais confortável perguntando aqui do que em sala” (chat da webconferência). Consideramos que o significante “emergencial” deve prevalecer quando pensamos e propomos o ensino remoto, mas divergimos de posições que atestam sua inerente impotência frente ao educar. 

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COMENTÁRIOS
Foto do Usuário Flávia Buechler Tridapalli 19-10-2021 09:56:16

Interessante o posicionamento de vocês no trabalho Simone! Me questionei a respeito dessa modalidade de ensino remoto no caso de professores da educação infantil...

Simone, para conseguirmos o resultado esperado de um processo educativo, é imprescindível que o educador se posicione como quem tem, em sua formação, o desejo de aprender (em alusão ao conceito de desejo do analista) que sustenta a escuta às possibilidades de ensinar Seu trabalho indica este posicionamento que não sucumbe às ''emergências'', mas maneja saídas.

Foto do Usuário Maurício Walter Moura 17-11-2021 19:54:39

Simone, também gostei muito do seu posicionamento. Traz uma análise crítica que não se prende à repetição de um discurso paralisante. No entanto, fico pensando, como o colega que comentou acima, nos desafios da educação básica para que esse modelo não fosse apenas ''transmissivo'' com todas as demandas curriculares e uma cultura conteudista/utilitarista que atinge professores, alunos e as próprias instituições. Ainda há muito o que ser analisado desse período, não é mesmo?

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