Entre vários entre telas: a invenção de um dispositivo grupal em meio a pandemia

DOCUMENTAÇÃO

Tema: Pandemia, perdas, luto

Acessos neste artigo: 136


Certificado de Publicação:
Não disponível
Certificado de Participação:
Não disponível

COMPARTILHE ESTE TRABALHO

AUTORIA

Olívia Costa Manso , João Pedro Padula , Fernanda Bonilha , Daniel Amiro Basilio Gonçalves

ABSTRACT
A pandemia e interrupção das possibilidades de encontro e circulação colocaram algumas questões para a clínica do acompanhamento terapêutico (AT). Até ali o trabalho com adolescentes autistas e psicóticos consistia em, a partir dos interesses específicos de cada um, desenhar na cidade circuitos de circulação nos quais a particularidade de cada jovem poderia ter espaço. Dessa forma, era possível construir lugares de vida para estes adolescentes e colher efeitos terapêuticos importantes. Com a chegada da pandemia um impasse se colocou neste trabalho: Como criar circuitos pela cidade quando não se pode circular? Qual lugar exterior é possível construir entre as paredes das casas de cada um? O que fazer quando a única janela pela qual pode se encontrar são as chamadas de vídeo ou telefonemas? Considerando que grande parte dos jovens com esses funcionamentos psíquicos acabam muito sozinhos na adolescência, dada a dificuldade de estar no laço social e de construir laços de pertencimento, foi fundamental para os ATs ter como direção do trabalho a construção de vínculos e parcerias com outros jovens que apresentam dificuldades parecidas. Através destas reflexões um novo dispositivo pôde se inventar. Ao longo da quarentena, todas as sextas-feiras passamos a construir maneiras de reunir esses adolescentes através de chamadas de vídeo. Jovens acompanhados por diferentes ATs e que não se conheciam passaram a assistir filmes, jogar online, conversar, pedir um drive-thru juntos. Muitas invenções surgiram para contornar a ausência dos encontros presenciais e, aos poucos, esses adolescentes com dificuldades no laço social puderem fazer “turma”. O presente trabalho escolhe pelo eixo temático “Pandemias, Perdas e Lutos” proposto pela organização do colóquio para narrar e apresentar como se deu a invenção desse dispositivo das “sextas-feiras” frente a perda da circulação física causada pela pandemia. Pretendemos também apresentar algumas reflexões sobre o trabalho do AT com os autismos e as psicoses que recolhemos ao longo dos dois anos e meio dessa experiência clínica intensa.

Para participar do debate deste artigo, .


COMENTÁRIOS

Utilizamos cookies essenciais para o funcionamento do site de acordo com a nossa Política de Privacidade e, ao continuar navegando, você concorda com estas condições.