O menino e o pote

DOCUMENTAÇÃO

Tema: Tempo

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AUTORIA

Maria Do Carmo Figueiredo Bergamo De Oliveira

ABSTRACT
O mal-estar com a crescente patologização da vida contemporânea já me habitava há algum tempo, e os mal-estares tendem a se agigantar quando se trata do vasto campo que o significante infância traz. Assim foi com o diagnóstico de TDAH (transtorno de déficit de atenção e hiperatividade) recebido por uma criança que atendi. O atual trabalho surge como uma tentativa de dialogar, buscar, a partir do meu campo de atuação, um posicionamento frente à esta “ditadura medicalizante”. Medicalização esta que acompanha o crescimento exponencial das categorias diagnósticas do DSM (Manual de Diagnóstico Diferencial), e a cada novo transtorno que promete curar, esvazia, acinzenta, penaliza, em um movimento de retificação da infância, que pedaço a pedaço, caminha para extinguir todo e qualquer processo de subjetivação.  
Como a psicanálise, com a teoria, prática clínica, e principalmente com a ética que lhes são tão próprias, pode participar na construção desse posicionamento?
O contato com a autora Silvia Bleichmar me causou grande impressão pela profundidade e consistência de sua articulação metapsicológica-clínica. É uma autora que partindo de conceitos de Jean Laplanche criou um percurso próprio. Suas teorizações sobre os tempos de fundação e constituição do psiquismo, conceitos metapsicológicos de transtorno e sintoma, o papel da dupla função materna, tornaram-se ferramentas excepcionais de investigação e diagnóstico psicanalítico das manifestações psico-patológicas infantis e importantes norteadores para balizar o complexo trabalho que a clínica com crianças demanda. Permitindo o enriquecimento da escuta clínica dos casos em que imperam a agitação motora, a desatenção, a impulsividade. Permitindo que a atenção no indagar-se sobre o que tais manifestações dizem da criança e das vicissitudes do seu processo de constituição, não se perca no vasto território da hiperatividade.
No caso clínico apresentado acompanhei Daniel na criação e descoberta de destinos pulsionais que não se reduzissem à hiperatividade e impulsividade. Na construção de um trabalho de continência, transformação, ligação de um pulsional desligado, para que novos caminhos pudessem ser percorridos em seu processo de subjetivação.

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