Contribuições da Psicanálise no fazer clínico com crianças autistas: Um posicionamento político

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Tema: Corpo, dor, silêncio

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AUTORIA

Lucila Barreto Monteiro Dos Santos

ABSTRACT
O atendimento clínico pela perspectiva psicanalítica com crianças diagnosticadas com autismo têm imposto reflexões políticas acerca do lugar do analista diante dessa prática. Com frequência a abordagem teórica é questionada seja por tentativas de implementação de políticas públicas que impeçam que o profissional trabalhe sob essa perspectiva teórica, seja por profissionais médicos que contraindicam o trabalho com essa abordagem. A partir de um caso clínico, é feita a reflexão acerca do papel do analista na clínica dos casos graves, entendendo-a enquanto um espaço político de sustentação de individualidades capaz de suscitar transformações importantes na criança, nos familiares e com aqueles que as atendem. 
Compreendendo o inconsciente como uma ferramenta capaz de produzir tanto o laço social (GUARDADO, 2003) quanto com o Outro, é descrito nesse caso a forma como Léo e sua família se relacionam com os espaços públicos e com a subjetividade da sua época. Eles vivenciam as consequências de uma dialética identitária construída socialmente sobre o autismo, as quais já estabelecem suas características subjetivas e sociais deixando-os sem possibilidade de escolhas construindo formas de existências precárias (BLUTLER, 2011).  A construção do espaço terapêutico e a atitude do analista é o que possibilita a sustentação do que o sujeito tem de singular e não de comum, se interessar pelo particular e não para o universal, optar pelas soluções singulares e não pelas processuais capazes de construir um lugar para essas pessoas no mundo. 
Na construção desse caso será abordado a importância do brincar enquanto ferramenta de explicitação das angústias impensáveis (WINNICOTT, 1975) e a análise da transferência subjetal (ROCHA, 2006). Pois o atendimento clínico com pacientes graves impõe ao analista que este esteja atento às repetições que acontecem no setting pelo próprio analista que diz das repetições da trama familiar e social no qual o seu paciente presencia.
Com este caso clínico se pretende explicitar o posicionamento ético do analista no qual sustenta a impossibilidade de identidades fixas e imutáveis, mas abertas, contingentes e plurais. Assim como Léo e sua família foram aos poucos construindo um sentimento de pertencimento a grupos e espaço sociais. A consciência política ao receber um paciente diz respeito ao compromisso de reconhecê-lo dentro da sua singularidade, da sua história e de estar aberto para sentir e ser impactado por cada um à sua maneira. 

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