ABSTRACT

Os subprodutos gerados pela indústria do azeite representam cerca de 10% do peso total da produção. As folhas de oliveira (Olea europaea L.) são tratadas como resíduo na indústria oleícola, entretanto, é um dos subprodutos de maior valor da indústria por representar uma ótima fonte de recuperação de compostos bioativos, como antioxidantes, antimicrobianos e anti-inflamatórios. Dessa forma, o objetivo do trabalho foi extrair os compostos bioativos de resíduos da olivicultura e aplicá-los em membranas de quitosana para a potencial aplicação como curativos cutâneos. Os extratos utilizando o pó da folha de oliveira foram obtidos através do banho metabólico Dubnoff nas condições de 2 h à 88 °C. As membranas de quitosana foram obtidas com diferentes concentrações de extrato (25 e 50 %) e caracterizadas com relação à sua morfologia (MEV), intumescimento e capacidade de drenagem de fluidos (CDF). As membranas com 25 % de extrato apresentaram a maior homogeneidade e sem a presença de aglomerados em sua estrutura quando analisadas no MEV, obtiveram-se também 138,59 ± 7,92% de intumescimento, 40,41 ± 3,30 g.m-2 .h -1 de CDF. As membranas biodegradáveis incorporadas com o extrato de folhas de oliveira apresentaram-se promissoras para aplicação como curativos cutâneos, uma vez que foram capazes de promover propriedades essenciais para a etapa de cicatrização.