A singularidade na inclusão: entre o inominável e o excesso de nomes

DOCUMENTAÇÃO

Tema: Educação especial e educação inclusiva

Temas Correlatos: Formação e trabalho de profissionais da infância;

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AUTORIA

Mariana Inés Garbarino

ABSTRACT
Diversas pesquisas brasileiras salientam a recorrência de um sentimento de despreparo docente a respeito da educação inclusiva. A massificação dessa suposição de formação pedagógica exígua aponta distâncias “insuperáveis” entre a prática do cotidiano escolar e a legislação e as teorias que sustentam suas políticas (Voltolini, 2015). Pressupomos que, na agudização desse sentimento de despreparo, colabora o discurso medicalizante da inclusão, sustentado em um prisma prescritivo e gestionário. Na confluência de tendências mercadológicas e cientificistas, a medicalização obstaculiza o acolhimento e a subjetivação da experiência inclusiva pelo imediatismo da promessa de eficácia e de técnicas abstratas, sem história e sem sujeito. O tecnicismo da formação docente oferece a possibilidade de nominar determinados comportamentos desviantes favorecendo o apagamento da criança-sujeito pela anteposição de um diagnóstico.
A singularidade na inclusão pode ser lida a partir da contribuição de diversos autores: Coriat (2010) aponta um lugar vazio, esvaziado dos estereótipos e estigmas que circundam os diagnósticos e acabam obstaculizando um encontro entre o educador e a criança. Kristeva (2012) apela a uma singularidade irredutível, desestimada pelo humanismo moderno coletivizante, em torno da qual seja possível reconstruir um laço social. Para Bondía (2002), a experiência aponta à incerteza e ao enigma do sujeito, diferente do experimento, paradigma de uma ciência segura, veloz e previsível. Quando exacerbada, excludente e hegemónica, o discurso cientificista instala o paradoxo de que a mais informação e conhecimento objetivo, a experiência fica mais empobrecida. É com base nesses e outros autores, que o presente trabalho visa discutir os paradoxos da tensão entre o singular e o universal predicativo na inclusão, analisando as ressonâncias da dinâmica do excesso nominal na obturação do encontro, do vazio e da experiência na inclusão.

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COMENTÁRIOS

Ótima temática que me leva a pensar também nas pesquisas que temos produzido na academia! Será que nossas pesquisas na área da inclusão buscam dar a ver, fazer pensar o que há de singular no encontro ou apenas afirmam o universal? Muito boa sua proposta, conversa com os modos como pensamos a escola, as formas como entendemos a experiência, que muito tem a ver com deslocamentos, transformações, etc. Será um bom encontro te ouvir!

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