Do discurso do especialista a autorização do professor
DOCUMENTAÇÃO
Tema: Mal-estar contemporâneo e impasses na educação
Temas Correlatos: Formação e trabalho de profissionais da infância;
Acessos neste artigo: 181
COMPARTILHE ESTE TRABALHO
AUTORIA
Luisa Bottiglieri Moscalcoff
ABSTRACT
O presente trabalho tem como objetivo problematizar o lugar de bússola ocupado pelo discurso do especialista frente ao fazer pedagógico, à luz de uma concepção de autoridade no professor forjada a partir do encontro da psicanálise com a filosofia de Hannah Arendt. A escuta de professores nos permite notar, sem muita demora, que diante dos inúmeros impasses cotidianos, das dúvidas com relação a como proceder com os alunos, com frequência o caminho para a solução do problema parece ser buscado nos cursos de capacitação, no conhecimento do especialista, em especial no discurso da saúde, compreendendo que ali se encontrará uma resposta definitiva. É claro que a contribuição dos diversos campos da ciência deve ser reconhecida, assim como uma boa formação é fundamental. No entanto, é importante notarmos que, não raramente, esse discurso parece se apresentar ou ser escutado como mandatos universais proferidos por mestres, o que finda por reservar pouco espaço para o que emerge do sujeito, do singular do encontro, assim como a informação parece ser encarada como algo que possa ser simplesmente transposto para a vida na escola. Montagem essa desfavorável para a dissolução de importantes impasses cotidianos. Diante desse cenário, se faz relevante a discussão aqui proposta, uma vez que certo esvaziamento do discurso do especialista em prol da autorização do professor – que tudo tem a ver com a autoridade, tal como aqui a pensamos – parece ser decisiva para que se possa abrir caminho para o passe frente aos impasses.
Para participar do debate deste artigo, faça login.