Formação docente e a relação com o saber: do professor sabe-tudo à possibilidade de implicação do professor em sua formação

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Tema: Formação e trabalho de profissionais da infância

Temas Correlatos: Formação e trabalho de profissionais da infância;

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AUTORIA

Maria Gabriela Guidugli Pedreira

ABSTRACT
Observamos dentro do campo de formação docente, a predominância de uma discursividade pedagógica que concebe a formação do professor a partir da crença de que é necessário reparar uma suposta falha em sua formação inicial, e assim, é oferecido ao professor um modelo de formação essencialmente prescritivo e técnico-instrumental. Enquanto essa discursividade pedagógica estrutura a formação docente como um campo de respostas fechadas, e fomenta a identificação com belas imagens (“o professor sabe tudo”, “o bom professor”, “o professor nota 10”, etc); a psicanálise, por sua vez, promove a instauração de um enigma em torno do saber totalizante. É por uma démarche específica que a psicanálise pode ter algum valor para o campo: cabe a ela recuperar na formação do professor a dimensão do sujeito do inconsciente, e sua relação intrínseca com o saber.
Neste trabalho iremos analisar, a partir da teoria dos 4 discursos de Lacan, a relação que essa discursividade sobre formação docente estabelece com o saber e, indicamos uma outra possibilidade de relação, tal qual aquela que se estabelece no cerne da própria experiência analítica. De um lado, observamos nessa concepção de formação do “professor sabe tudo” a predominância do Discurso Universitário, no qual o saber é tomado como um fato, como sinônimo de conhecimento. Por outro lado, a experiência analítica promove, a partir da histerização do discurso, a produção da cadeia de significantes, que se ligam numa relação de razão, e da qual irrompe um saber que não se sabe. E, assim, o saber total é posto no centro de toda experiência analítica para que daí possa advir o sujeito do inconsciente.
Acreditamos que introduzir a histerização do discurso na formação do professor possibilita não apenas uma abertura e a instauração de um enigma em torno do saber totalizante, a partir do desvelamento de uma falta, como promove, também, um descolamento das identificações em torno do Eu magistral, e de suas figuras idealizadas correlatas.

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