Informalidade e precarização no contexto da pandemia de Covid-19: um retrato do trabalho dos entregadores por aplicativo.
AUTORIA
Alexandre Hochmann Béhar , Douglas Inácio Fragoso Ferreira , Hilquias Kennedy Lima De Assis
ABSTRACT
O crescente número de desempregados no Brasil acarretou uma grande quantidade de indivíduos no trabalho informal, que cresceu enquanto uma estratégia de sobrevivência. No setor informal a categoria de entregas por aplicativo vinha ganhando destaque e críticas nos últimos anos, especialmente em decorrência das indicações de precarização do labor informacional-digital. No contexto da pandemia do novo coronavírus tais indicativos de precarização parecem ter sido intensificados, inclusive porque o setor foi considerado essencial no âmbito do isolamento social, imposto pela pandemia. Dessa forma, este artigo se dedicou a refletir a respeito das condições de trabalho da categoria de trabalhadores de entregas por aplicativo, diante do cenário da pandemia de Covid-19. Para isso, foi realizada uma pesquisa qualitativa apoiada em documentos, apoiada na estratégia pesquisa qualitativa básica. Com a análise concentrada em 11 matérias jornalísticas publicadas na internet, chegou-se à elaboração de 6 categorias analíticas relacionadas à características observadas no setor. O resultado da análise não apenas corrobora com os indícios de precarização do trabalho proposto por construções teóricas, inclusive por meio da manutenção do caráter informal do trabalho, mas indicaria intensificação desta questão em decorrência da pandemia de Covid-19, assim como uma inicial organização destes trabalhadores para fazer frente ao unilateralismo dos aplicativos de entrega. Também previsto no referencial teórico, a organização dos entregadores, ainda que faça referência a reivindicações alinhadas ao trabalho regido pela CLT, pretende a manutenção do que se entende por autonomia do trabalho, ainda que regido por regras impostas pelos aplicativos de entrega.
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