EDUCAÇÃO EM SAÚDE PARA CRIANÇAS E PROFESSORES DO ENSINO FUNDAMENTAL ACERCA DA HIPERCOLESTEROLEMIA NA INFÂNCIA: RELATO DE EXPERIÊNCIA.

DOCUMENTAÇÃO

Tema: Educação Física, Nutrição, Fisioterapia e áreas afins na Gestão, Educação e Promoção da Saúde

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Certificado de publicação:
Certificado de Jakelline Fernandes Silveira

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AUTORIA

Camila Lavínia Sales Costa Sena , Joyce Mara Oliveira Silva , Aline Figueiredo Camargo , Letícia Lorrayne Xavier Jardim , Daniely Patrícia Rodrigues , Cristal Marinho Correa , Jakelline Fernandes Silveira , Grazielle Cristinne Santos Soares

ABSTRACT
INTRODUÇÃO
As doenças crônicas fazem parte de um conjunto de condições de longa duração e que
podem apresentar períodos de remissão ou exacerbação dos sintomas ao decorrer do tempo. Tal
situação exige que seja realizado acompanhamento da equipe de saúde para melhor controle,
porém isso não garante que a cura seja afirmada. Atualmente um exemplo de condição crônica
em crianças e adolescentes é a hipercolesterolemia, um problema caracterizado pelas altas taxas
de colesterol no sangue, podendo ser advindo de uma condição genética, em que genes
predispostos ao desenvolvimento desse agravo são herdados ou pelos fatores modificáveis, que
são: má alimentação, sedentarismo, processo de urbanização e a rotina de trabalho dos pais,
quando estes não conseguem manter no cotidiano uma alimentação saudável para seus filhos
SANTOS, 2015; RIBEIRO, 2011; NOBREGA et. al., 2017).
A hipercolesterolemia é uma enfermidade bastante comum e se caracteriza por altos
níveis de colesterol ligados as lipoproteínas de baixa densidade (LDL, low density lipoprotein).
Esse distúrbio ocorre devido a alterações no catabolismo destas moléculas. O elemento
principal envolvido no processo de catabolismo do LDL é o receptor de LDL chamado RLDL.
O excesso de LDL se acumula nas artérias produzindo um processo inflamatório crônico,
conhecido de aterosclerose. Existem evidências de que a formação da placa aterosclerótica se
inicia na infância e prolonga-se lentamente até a vida adulta, podendo ocorrer manifestações
clinicas (ARAÚJO, 2019; ESPINHEIRA et. al., 2013).
Entende-se que como indicadores de bem-estar para evitar o desenvolvimento dessas
placas à prática da atividade física, a dieta alimentar, o controle do estresse, as interações sociais
e um comportamento preventivo para um desenvolvimento mais eficaz da saúde.
A aterosclerose inicia-se durante a infância, mas só notam-se os detrimentos arteriais no
proceder de muitos anos, quando surgem os sintomas de lesão orgânica. Estudos revelam que
maus hábitos alimentares como dietas abastadas de gordura saturada junto ao colesterol LDL
são nobres coautores desencadeantes no desenvolvimento das placas ateromatosas (SILVA,
2015). Esboços explicam que ideias de domínio relativo às situações de risco diminuem as
admissões hospitalares, aperfeiçoam a condição de vida e a capacidade funcional em pessoas
com aterosclerose coronariana, com grande impacto na prevenção de infartos, no entanto, tanto
a classe política quanto a população parecem não perceber que investir em hábitos saudáveis
de vida ajudam a amortizar o consumismo hospitalar por consequência de doenças
ateroscleróticas (LAZARI et al, 2012).
OBJETIVO
Relatar a intervenção de promoção à saúde e prevenção da hipercolesterolemia na
infância realizada com alunos e professores do ensino fundamental de uma escola estadual no
município de Nova Lima, Minas Gerais.
METODOLOGIA
Trata-se de um relato de experiência de um trabalho realizado por acadêmicas do
7°período do curso de graduação em Enfermagem do Centro Universitário de Belo Horizonte.
O trabalho foi proposto na disciplina de Projeto Interdisciplinar II e realizado em uma escola
municipal localizada no município de Nova Lima, Minas Gerais.
Para sua realização, optou-se inicialmente por uma busca de material de cunho científico
acerca do tema. Em seguida, as acadêmicas se reuniram com a professora da disciplina para
formulação do problema e desenvolvimento de um projeto para a intervenção. Elaborou-se um
jogo lúdico construído com materiais recicláveis com finalidade de rever os fatores de risco da
hipercolesterolemia alertando e educando os participantes do projeto quanto a reeducação
alimentar.
RELATO DA EXPERIÊNCIA
O jogo foi de tabuleiro, e os participantes jogavam o dado e andavam nas casas, e em
cada casa haviam questões ou afirmativas sobre o tema, como: “cite 5 legumes que você
conhece”, ou “cite consequências do colesterol alto”. Os alunos voltavam uma casa em caso de
erro e ficavam uma rodada sem jogar para oportunizar a participação de todos. O aluno que
chegasse ao final do percurso primeiro ganhava um brinde confeccionado pelas acadêmicas. A
apresentação do jogo na escola aconteceu o segundo semestre de 2018. Após a prática, as
acadêmicas se reuniram com alunos e professores para discutir o contexto do jogo, a relevância
da educação em saúde sobre hábitos alimentares e os impactos da hipercolesterolemia na
infância.
Denota-se que através do jogo desempenhado foi possível introduzir conhecimentos
sobre o aumento do colesterol na infância e promover a interação das crianças nas ações
propostas pelo jogo. Diante da apresentação do jogo lúdico observou-se a participação e
compreensão dos participantes da faixa etária definida, houve entusiasmo e empenho de todos
os participantes, professores e acadêmicas. Pôde-se observar que no decorrer do jogo que os
pensamentos críticos dos participantes foram aguçados devido as atividades empreendidas na
casa do tabuleiro, como, a importância da prática de exercícios físicos e os benefícios da
ingestão de alimentos saudáveis.
É perceptível que apenas uma situação simultânea e consertada em todos os agentes
potenciadores da hipercolesterolemia nas crianças poderá ter sucesso na rápida inversão da atual
tendência de aumento (SANTOS, 2015). A hipercolesterolemia na infância e adolescência
repercutem na vida adulta em processo doentio mediados por diversos fatores, considerados de
risco, como: a ausência de hábitos alimentares corretos, a obesidade, a inatividade física, a
hipertensão arterial, a diabetes e a síndrome metabólica (PEREIRA et al., 2012)
Grandes partes desses fatores negativos que favorecem o desencadeamento de doenças
cardiovasculares estão intimamente ligados ao novo estilo de vida que está sendo adotado pela
sociedade atual. Observa-se assim a necessidade de promover a alteração de diversos costumes,
desde a infância, para diminuição das doenças cardiovasculares na idade adulta (SILVA,
TORRES, 2015).
A fase escolar de uma criança é marcada pelo processo de socialização e formação dos
hábitos alimentares que elas irão levar para o resto da vida. Porém, esse período é marcado por
novas influências onde a criança começa a reproduzir os comportamentos dos professores e
alunos, que podem ser adequados ou não (NOBREGA et. al., 2017). Destarte, é importante
começar nessa fase a incentivar uma alimentação saudável em grupo. A construção de formas
de acesso a uma alimentação saudável está ligada diretamente ao conhecimento das
determinações socioeconômicas e culturais dos indivíduos perante a alimentação e nutrição.
Articulações entre diversos setores contribui a uma possível superação das estruturas e
fragmentações sociais, de modo a apresentar soluções aos problemas de alimentação
vivenciados na população.
As práticas de educação em saúde consistem em um conjunto de ações que visam a
prevenção de doenças e agravos, além da promoção da saúde. Trata-se de um recurso utilizado
pelos profissionais da saúde, que tem como objetivo atingir o cotidiano dos indivíduos uma vez
que visa a adoção de novos hábitos e condutas de saúde. A educação em saúde visa não somente
conhecimentos cognitivos, mas mudanças de comportamentos e atitudes, estimulando a
participação comunitária (FALKENBERG et. al., 2014).
Na Enfermagem, as práticas educativas vêm se tornando uma atividade cada vez mais
efetivada devido as mudanças na atenção à saúde, partindo do modelo biomédico e
estabelecendo promoção da saúde humana. Contudo, é notório que essas estratégias abordadas
sejam implementadas em diversos âmbitos da sociedade civil, na qual possuem um papel
determinante na melhoria da qualidade de vida (FERTONANI ET. AL., 2015).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Torna-se imprescindível identificar a origem da hipercolesterolemia para que as
intervenções consigam provocar alteração dos hábitos alimentares e no estilo de vida
sedentário. Ademais, ressalta-se a relevância de discutir a temática a nível global, afinal, a
hipercolesterolemia pode acarretar o desenvolvimento de diversas doenças cardiovasculares,
que atualmente se tornaram um problema de saúde pública, causando diversas mortes na
sociedade.
REFERÊNCIAS
ARAUJO, Maria B. Hipercolesterolemia Familiar. Enfoque Desde La Pediatria. Medicina
Infantil. Argentina, v.16, n.3, p. 287-295, setembro 2019. Disponível em:
<https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/biblio-1025029> Acesso em 10 de julho de
2020.
ESPINHEIRA, Maria Céu et al. Hipercolesterolemia- uma patologia com expressão desde a
idade pediátrica. Revista Portuguesa de Cardiologia, Portugal, v.32, n.5, p. 379-386, maio
2013. Disponível em: <https://revportcardiol.org/pt-hipercolesterolemia-uma-patologia-comarticulo-
S087025511300070X?referer=buscador> Acesso em 10 de julho de 2020.
FALKENBERG, Mirian Benites et al. Educação em saúde e educação na saúde: conceitos e
implicações para a saúde coletiva. Ciênc. saúde coletiva, Rio de Janeiro , v. 19, n. 3, p. 847-
852, Mar. 2014. Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-
81232014000300847&lng=en&nrm=iso>. Acesos em 12 de agosto de 2020. Doi:
https://doi.org/10.1590/1413-81232014193.01572013.
FERTONANI, H. P. et. al. Modelo assistencial em saúde: conceitos e desafios para a atenção básica
brasileira. Ciênc. saúde coletiva, v. 20, n.6, 2015. Disponível em: <
https://www.scielosp.org/pdf/csc/2015.v20n6/1869-1878/pt>. Acesso em 10 de agosto de
2020. Doi: https://doi.org/10.1590/1413-81232015206.13272014.
LAZARI, T.A et al. Importância da educação nutricional na infância. In: Congresso
Multiprofissional em Saúde, v.6, 2012, Londrina. Anais. Londrina: EdUniFil, p. 101-104, 2012.
NOBREGA, V. M. et al. Doença crônica na infância e adolescência: continuidade do cuidado
na Rede de Atenção à Saúde. Revista da Escola de Enfermagem da USP, São Paulo, v. 51,
junho, 2017. Disponível em: <https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0080-
62342017000100427&script=sci_arttext&tlng=pt> Acesso em 10 de julho de 2020.
PEREIRA, AC et al. I Diretriz Brasileira de Hipercolesterolemia Familiar (HF). Arquivos
brasileiros de cardiologia. São Paulo, v. 99, n. 2, p. 1-28, agosto 2012. Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0066-
782X2012001700001&lng=en&nrm=iso>. Acesso em 9 de julho 2020.
RIBEIRO, R.A.T. Hipercolesterolemia jovens adolescentes. 2011. Dissertação (Mestrado
em Ciências Farmacêuticas) - Faculdade Ciências da Saúde, Universidade Fernando Pessoa,
Porto, 2011.
SANTOS, L. Educação em saúde como estratégia de cuidado aos portadores de
hipercolesterolemia: uma revisão literatura. 2015. Monografia de Conclusão de Curso
(Graduação em Enfermagem) - Curso de Enfermagem, Faculdade São Lucas, Porto Velho,
2015.
SILVA, P. C.; TORRES, F. Hipercolesterolemia e o desenvolvimento da aterosclerose: revisão
de literatura. Revista Científica da Faculdade de Educação e Meio Ambiente, v.6, n.1, p.
48-58, jan-jun, 2015.

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COMENTÁRIOS
Foto do Usuário Aylma Lima Carneiro 09-02-2021 09:50:35

Tema relevante e atual ! Denota a importância de fazer educação em saúde no cenário de vivência dos sujeitos envolvidos aproximando o tema a realidade vivida e articulando setores diferentes num objetivo comum. Sugestão: descrever mais o tabuleiro. Pergunta: Como a experiência contribuiu para a formação dos pesquisadores? Quais foram as limitações na implantação desse projeto? Ademais, parabéns pelo trabalho.

Foto do Usuário Thaíse Mara Dos Santos Ricardo 09-02-2021 09:50:35

Trabalho relevante e atende satisfatoriamente a estrutura exigida (Coeso e objetivo claramente definido). Pergunta: Quais foram os possíveis desafios enfrentados para abordar a temática com o público-alvo e quais foram as estratégias utilizadas para solucioná-los?Sugestão: Inserir informações sobre os estudantes ( idade, número de participantes) e descrever o número assim como o teor das questões ou afirmativas.

Foto do Usuário Daniela Gomes Costa 09-02-2021 09:50:35

Tema necessário de ser discutido, principalmente com o aumente da obesidade infantil. O texto flui muito bem e foi perceptível a prática da educação popular em saúde, pois o jogo lúdico foi ideal para transmitir o conhecimento para faixa etária escolhida.

Foto do Usuário Natália Naiara Martins Ferreira 09-02-2021 09:50:35

Tema atual e relevante, mas poderia ter feito um trabalho mais completo em sala de aula ( somente o jogo, pode ser que não tenha tido tanto sucesso no aprendizado das crianças). Mas um excelente tema.

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